segunda-feira, 9 de julho de 2012

Black Sabbath - Never Say Die (1978)




Este é com certeza um disco sensacional, melhor gravado e que pintou uns improvisos jazzísticos, trazidos por Iommi e Butler, que Ozzy não gostou e o fez finalizar uma carreira mais do que bem sucedida com a banda.


A verdade é que o disco não tem o som característico do Sabbath: sombrio, pesado e demoníaco. Contudo é uma aula de boa música que não se restringiu a fazer metal e sim mostrar que sabiam tocar (e muito)!


Para dar uma referência mais atual ao que aconteceu basta lembrarmos quando o Nirvana lançou seu álbum acústico, para provar que sabiam tocar, já que  os críticos viviam criticando a banda e dizendo que seu som não passava de barulho. Então de certa forma "Never Say die" veio apresentar o quão a musicalidade da banda era expressiva.


Um fato curioso sobre este álbum é que alguns amigos meus que curtiam Heavy Metal na década de 90 e que nos dias de hoje dizem não ouvirem mais o estilo, continuam amando e ouvindo este álbum. Então acho que o Sabbath estava certo mais uma vez e nos presentiou com este oitavo trabalho de sua carreira. Uma verdadeira pérola do rock muito além do heavy metal.


A faixa título (Never Say Die) abre o álbum com muita empolgação e apresenta um dos solos mais complexos de toda a carreira do guitarrista Tony Iommi. A próxima “Johnny Blade” é praticamente inacreditável. Uma massa sonora que não tem como ser descrita tamanha o brilhantismo de todos os elementos contidos nela. Ouça com um fone de ouvido e simplesmente perca a cabeça.


O trabalho de guitarra e baixo de “Junior’s Eye”, com ecos e slaps acompanhados pelo melhor vocal de Ozzy em toda a carreira do Sabbath, garantem a explosão sonora do disco mantendo-o em alta.Porém após ouvir a canção “A Hard Road” concluímos que o Sabbath parece outra banda mesmo, más a competência está lá e os músicos possuem um feeling mais que invejável.


Com “Shock Wave” podemos novamente aumentar o som e ver muitos elementos que fizeram a base de várias bandas de hard rock da década de 80, que ainda estavam por vir. Outra que não consigo achar palavras para descrever é “Air Dance”, tamanha sua genialidade e força, passeando fluentemente pelo Blues, Jazz e Rock. Já “Over To You” é outra do estilo “A Hard Road” mas com a inserção de pianos.


A presença de metais na instrumental “Breakout” é supreendente e viajante ao mesmo tempo. Para mostrar o descontentamento de Ozzy, Bill Ward canta a música “Swinging The Chain” que fecha o disco em alta, apesar de conflitantes e diferentes opiniões de crítica e público e até mesmo dos próprios músicos da banda.

O fato é que a banda acabou deixando para todos nós um legado definitivo do rock e que não pode de forma alguma passar desapercebido pelos verdadeiros amantes do estilo. Boa audição!



Black Sabbath (1978)


Musicas

01 - Never Say Die
02 - Johnny Blade
03 - Junior’s Eye
04 - A Hard Road
05 - Shock Wave
06 - Air Dance
07 - Over To You
08 - Breakout
09 - Swinging The Chain





























terça-feira, 5 de junho de 2012

Europe - Bag of Bones (2012)




Alguns artistas ou grupos musicais são como vinhos, quanto mais velhos mais maduros e com um som mais apurado e "saboroso" de se ouvir, e este novo álbum do Europe, "Bag of Bones", vem reforçar esta teoria de forma direta, objetiva e muito abrangente.


O som do Europe vem sendo lapidado, alterado e melhorado (Há controvérsias sobre esta afirmação, rsrsr...) desde o lançamento do álbum "Start From The Dark" de 2004, já que a banda abandonou o uso exaustivo do teclado e vem gradativamente acrescentando a importância, o peso e o  volume aos arranjos de guitarra. Resumindo, a banda se tornou mais metal!


Claro que o disco mais importante e revolucionário da banda continua sendo o álbum "The Final Countdown" de 1986, que assolou as rádios FMs do mundo inteiro e contribuiu de forma decisiva para colocar o rock em evidência a uma gama de pessoas além do fãs de rock, contudo foi devido a este novo direcionamento musical atual que mantêm a banda na ativa, adorada e respeitada por todos os amantes do Hard Rock.


Com o advento e proliferação da internet, downloads, arquivos MP3s, baixa venda de CDs, o lugar mais lucrativo para o artista se tornou os shows e a tour. Isso significa em outras palavras que somente aqueles que possuem uma legião fiel de fãs, principalmente aqueles dispostos a pagar ingressos de valores absurdos, continuam vivos. E para sair em tour é necessário ter uma bagagem de álbuns clássicos em suas carreiras e também lançar material novo digno de elogios remetendo a uma sonoridade bem rock and roll moldada de riffs poderosos, vocais apurados, e o principal, tudo soando moderno com pitadas certeiras das fórmulas que fizeram sucesso no rock no passado. E este novo "Bag of Bones" nos brinda com todos estes elementos.


Para os aficionados pela sonoridade antiga da banda podem até lamentar e dizer que isso não é Europe verdadeiro, mas a verdade é que hoje eles podem fazer um Hard Rock ou Heavy Metal em sua essência crua, simples e direta, por que é o que as pessoas estão procurando e os levando aos shows. É complicado afirmar que o álbum se tornará um clássico como é hoje considerado o importantíssimo  "The Final Countdown" de 1986, mas afirmo com todas as letras que este álbum irá trilhar um caminho mais obscuro através de um outro público que vem curtindo a banda, que a meu ver é muito mais fiel, idealista e acima de tudo perseverante em seus ideais.


Se você se encaixa no novo perfil de admiradores do grupo irá se deliciar ao som das enigmáticas "Not Supposed To Sing the Blues", "My Woman My Friend", "Bag Of Bones" e "Firebox", ou mesmo na balada "Bring It All Home" e da enérgica "Doghouse", que mostram em sua magnitude que a banda voltou para ocupar e preencher um espaço junto aos "rockeiros reais", que sempre pertenceu a ela, que por soar comercial no passado torcia o nariz e os consideravam como posers. O mais engraçado foi que com os últimos 04 álbuns de estúdio "Start From The Dark" de 2004, "Secret Society" de 2006, "Look At Eden" de 2009 e este "Bag of Bones" lançado agora em 2012 até os mais radicais estão ouvindo os álbuns antigos e estão conseguindo revitalizar toda uma legião de fãs.


E hoje o que posso dizer sobre as composições da banda é que eu continuo fã incondicional do que produziram passado, admirando o trabalho do presente e pressentindo um futuro mais que promissor e brilhante para o Europe. Só o tempo vai nos dizer, por enquanto é ouvir esta nova pérola e sair batendo cabeça. Valeu!




Europe (2012)



Músicas:


01 - Riches To Rags
02 - Not Supposed To Sing the Blues
03 - Firebox
04 - Bag Of Bones
05 - Requiem
06 - My Woman My Friend
07 - Demon Head
08 - Drink And A Smile
09 - Doghouse
10 - Mercy You Mercy Me
11 - Bring It All Home
















































domingo, 3 de junho de 2012

Izzy Stradlin - 117º (1998)




Para quem não acredita que existe vida após Guns n' Roses, este é outro disco de um ex-integrante da banda que surge para provar o contrário de forma direta e objetiva. Calçado em uma sonoridade influenciada pelas raízes de Rolling Stones e Bob Dylan, Izzy Stradlin nos presenteá com um álbum mágico, mesmo que não soe em toda sua totalidade como um disco de Hard Rock, fato este que talvez seja o motivo para que o músico não tenha conseguido destaque no cenário musical até os dias de hoje.


Neste álbum se percebe fácil a influência do músico para o direcionamento do Guns n' Roses no álbum "Lies" e em diversas canções dos "Use Your Illusion I & II" como "14 Years", "Dust N' Bones", "You Ain't The First", "Bad Obsession", "Dead Horse", "Breakdown" e o clássico "Yesterdays". E é exatamente esta sonoridade que o Guns n' Roses produziu que conferimos neste álbum solo do vocalista e guitarrista, 117º de 1998. Para quem se identifica com essa linha musical citada, o disco é realmente um prato cheio, com direito inclusive a clássicos injustiçados que poderiam perfeitamente estar em qualquer álbum lançado pela sua antiga banda. 



O álbum também serve como prova de que todos os demais integrantes da banda na  época do Guns gostariam que a direção musical que Axl queria impor a banda fosse totalmente diferente da que resultou o álbum "Chinese Democracy", lançado somente contendo o cantor como membro original da banda, devido ao descontentamento e saída dos demais integrantes. Repito que gosto de Chinese, mas a não ser por poucas canções, o disco no geral soa como algo completamente diferente da linha musical que tornou a banda um dia clássica no cenário de Heavy Metal.


O disco de Izzy simplesmente impressiona e deixa uma sensação de nostalgia no ar, mesmo que soe diferente um pouco do Guns tradicional, ainda bebe direto das fontes que influenciaram a banda como os já citados Rolling Stones e Bob Dylan. Com certeza o maior clássico do álbum é a canção "Gotta Say", mas canções como "Ain't It a Bitch", "Bleedin" e "Good Enough" se mostram estilosas e de profundidades únicas nesta segui-mentação musical.


O lado mais pesado do álbum pode ser conferido nas canções "Memphis" e "117º", que são no mínimo brilhantes, que ao lado das diferentes e interessantes "Up Jumped The Devil", "Surf Roach" e "Here Before You", nos entregam um álbum digno de audição e conforto que de que o som original dos Guns n' Roses continuam ecoando pelo universo da música, mesmo que seja muitas vezes nas carreiras solo de seus ex-integrantes.


E o que você está esperando, coloca esse som pra tocar e tente não se contagiar. Valeu a todos pela força e em breve novas postagens com o melhor do rock e do pop!






Izzy Stradlin (1998)



Músicas:


01 - Ain't It a Bitch
02 - Gotta Say
03 - Memphis
04 - Old Hat
05 - Bleedin
06 - Paradise
07 - Good Enough
08 - 117º
09 - Here Before YOu
10 - Up Jumped The Devil
11 - Grunt
12 - Freight Train
13 - Methanol
14 - Surf Roach






























sábado, 2 de junho de 2012

Wishbone Ash - Argus (1972)


O Wishbone Ash é uma banda de rock (pré-hard rock e progressivo) britânica não muito conhecida do grande público que começou sua carreira abrindo shows para o The Who no  início dos anos 70. O interessante foi que a revista Melody Maker escolheu “Argus” como o melhor álbum inglês em 1972. A banda era composta pelos musicos Andy Powell (guitarra), Ted Turner (guitarra), Martin Turner (baixo) e Steve Upton (bateria). E sem sombra de dúvida "Argus" foi seu momento mais memorável.


Canções como "Blowin' Free", "Time Was", "Sometime World" e "Throw Down the Sword", falam por si só e já garantem a curtição total que o álbum proporciona ao seu ouvinte. Todo o restante também não fica para trás já que o disco também definiu bem o estilo twin guitars, onde ambos os guitarristas são solistas, fato que mais tarde seria utilizado por bandas como Iron Maiden, por exemplo.


Segundo a crítica especializada o Wishbone Ash, fez uma "TRILOGIA CONCEITUAL", ou seja são ótimos discos. Os três discos conceituais da banda que se completam entre si são: PILGRIMAGE - 1971, este ARGUS - 1972 e WISHBONE FOUR - 1973. Vale a pena ouvir a sequência conceitual criada pela banda e viajar de forma intensa pelo psicodelismo dos anos 70, já que tudo isso também influenciou na produção do grandioso álbum MEDLEY do Pink Floyd, quer mais?!


E para quem não conhece eu recomendo, "Argus" realmente é um disco clássico, eu não resisti nem na primeira audição em 2002, imaginem agora como anda o mundo da música. Fica aí a dica para todos, abraços!
 





Wishbone Ash (1972)


Músicas:



01. Time Was
02. Sometime World
03. Blowin' Free
04. The King Will Come
05. Leaf and Stream
06. Warrior
07. Throw Down the Sword
08. No Easy Road
Adicionas do CD Resmterizado
09. Jail Bait (Live from Memphis 21-08-1972)
10. The Pilgrim (Live from Memphis 21-08-1972)
11. Phoenix (Live from Memphis 21-08-1972)



































Status Quo - Piledriver (1972)



O Status Quo é uma banda subestimada por muitos, contudo é de importância incalculável o trabalho criado por este grupo para as raízes do Hard Rock moderno, como também para o estilo se tornar o que é nos dias de hoje.


Devido ao momento de seu surgimento ao lado de titãs como Led Zeppelin, Black Sabbath, Deep Purple, Uriah Heep, Grand Funk Railroad, Alice Cooper, Kiss, Queen, The Who, entre muitos outros, a banda ficou de certa forma em segundo plano. Mas esta posição em nenhum momento torna a banda menos importante ou muito menos expressiva para época. No meio de tanta coisa de qualidade em lançamento era necessário de certa forma garimpar para extrair o ouro do estilo e se deparar com esta maravilhosa banda.


Desde seu álbum de estréia em 1968 "Spare Parts", o Status Quo se mostra uma fantástica banda, mas sem dúvida foi com este "Piledriver" de 1972 e sua tour de promoção no ano de 1973, que a banda começou a ter seu devido reconhecimento por parte de público e crítica.


Com canções do porte de "Paper Plane", "Don't Waste My Time" e "A Year", o grupo se mostrou capaz de gerar e também de impor sua influência musical para todo uma geração de músicos e fãs. O trabalho nestas canções simplesmente beira a perfeição e não podem deixar de serem conferidas com bastante concentração e dedicação, fato este que sem dúvida alguma tornará o bom ouvinte de rock em fã imediato do grupo, da mesma forma que aconteceu comigo no antigo ano de 1998.


O som da banda soa como um rock básico direto e cru. O grupo é uma espécie de sinônimo de como fazer rock sobre três acordes, da mesma forma que os Ramones foram para o punk.  Este álbum ao lado do sucessor "Hello" de 1973 e o moderno "In The Army Now" de 1986, são a melhor forma de conhecer a banda e sair batendo cabeça e com a filosofia de que o rock de verdade está nos anos 60 e 70. Há controvérsias sobre o assunto, mas a verdade que todos que surgiram neste período são conceituados hoje pelo ao menos como bons!


E quem duvida que se aventure por estes anos de puro rock an roll em sua pesquisa e audição. Até outra vez!





Status Quo (1973)


Músicas:


01 - Don't Waste My Time
02 - Oh Baby
03 - A Year
04 - Unspoken Words
05 - Big Fat Mama
06 - Paper Plane
07 - All The Reasons
08 - Roadhouse Blues
Extras da versão em CD:
09 - Joanne [b-side Of Caroline]
10 - Lonely Night [b-side Of Break The Rules]













































Wolfmother - Cosmic Egg (2009)





A saída de Chris Ross (Baixo e Teclados) e Myles Heskett (bateria) do Wolfmother deixando Andrew Stockdale (Vocal e guitarra) sozinho após o sucesso do álbum homônimo de estréia me fez desacreditar que a banda poderia seguir em frente compondo canções do mesmo nível. E ao ouvir “Cosmic Egg” pude conferir o quanto estava errado em minha opinião.  O álbum continua com o som característico de estréia e monumental como nunca. Sua audição nos deixam extasiados tamanha sua genialidade e emoção. 



Além de toda bagagem e sonoridade herdada da santíssima trindade do rock pesado (Black Sabbath, Led Zeppelin e Deep Purple), o Wolfmother também soube acrescentar elementos novos ao seu som de outros gigantes do rock: Beatles, Rolling Stones, UFO, Uriah Heep, Kiss e Grand Funk Railroad (são alguns deles), que acabaram cristalizando seu som ainda mais. Simplesmente Brilhante!



O álbum abre com “California Queen”, que começa enérgica e no refrão apresenta um riff fúnebre que parece ter surgido da mente do próprio Tony Iommi do Black Sabbath. Na sequência “New Moon Rising” soa mais atual más não deixa de soar em alguns momentos como Credence ou Deep Purple.



Em “White Feather” temos a impressão que o Led Zeppelin não acabou. A introdução distorcida de  “Sundial” lebra muito NIB do Black Sabbath que depois parece se trasformar em “Sail Away“ do álbum Burn do Deep Purple. A balada “In The Morning” é uma mistura de Beatles e Led Zeppelin e soa incrível! 



Um som mais tenso e pesado ao estilo Sabbath retorna em “10,000 Feet”. A avassaladora faixa título  “Cosmic Egg” com certeza é uma das melhores (senão for a melhor) do disco se mostra extremamente demolidora. A canção “Far Away” é outra balada ao estilo Beatles e Rolling Stones. Realmente muito boa!



Já a canção “Cosmonaut” (uma tendência tipo Supernaut ou Cornucopia do álbum Black Sabbath Volume 4) soa moderna e incorpora vários elementos bem ao estilo do Uriah Heep e Grand Funk. Em “Pilgrim” o estilo do Purple retorna de forma monumental. Na continuação a faixa “Eyes Open” soa meio Nirvana (isso mesmo) com um final de teclados viajantes ao estilo do Supertramp e até mesmo do Oásis.



Um som com elementos orientais e riffs fundamentados no som do Sabbath surgem de forma direta e crua em “Back Round”.  Já “In The Castle” começa como Deep Purple e Rainbow (com um orgão bem ao estilo anos 70), que depois incorpora a estrutura do som do UFO de forma única. Com fortes influências do The Who, a balada “Caroline” soa magnífica e traz um refrão muito forte ao estilo do Slade. A pesada “Phoenix” seguida pela hipnótica “Violence Of The Sun” fecham de forma ímpar esse grande disco de metal da atualidade.



A verdade após ouvir esse disco é que o Wolfmother me deu esperança novamente, mostrando que alguns dos grupos da atualidade ainda conseguem fazer um som atual sem deixar de lado tudo aquilo que fez do rock esse estilo musical único que adoramos!





Wolfmother (2009)


Músicas:


01 - California Queen
02 - New Moon Rising
03 - White Feather
04 - Sundial
05 - In The Morning
06 - 10,000 Feet
07 - Cosmic Egg
08 - Far Away
09 - Pilgrim
10 - In The Castle
11 - Phoenix
12 - Violence Of The Sun

Faixas bônus da edição deluxe:
13 - Cosmonaut
14 - Eyes Open
15 - Back Round
16 - Caroline