quinta-feira, 24 de maio de 2012

Legião Urbana - Dois (1986)



Este foi o disco que levou a banda ao estrelado e a aprovação definitiva de crítica e público. O álbum vendeu mais de 1,2 milhões de cópias e está na posição 21º dos 100 maiores discos da música brasileira, segundo a revista Rolling Stone em outubro de 2007, o álbum só não foi mais além devido ao lançamento do álbum "Rádio Pirata Ao Vivo" do RPM, que de certa forma ofuscou um pouco este disco perante ao grande público na época de seu lançamento no ano de 1986.






Encontramos neste disco um trabalho de composição mais interessante e mais bem elaborado do que o disco de estréia da banda. O carro chefe do disco na mídia foi a canção com arranjos simples, "Eduardo e Mônica", com sua letra banal que conta a história de um casal onde as diferenças são evidentes, conseguiu se tornar um hino perante os fãs e ao público em geral, pode-se dizer até que esta canção é precursora do futuro hino da banda "Faroeste Caboclo" que sairia no próximo álbum "Que País é Este".




Contudo são as profundas, políticas, e de instrumentais impecáveis "Daniel na Cova dos Leões", "Andrea Doria", "Fábrica" e a reflexiva "Índios", que a banda mostra o seu melhor fazendo jus ao título de maior banda de rock do Brasil. Canções como "Tempo Perdido", "Música Urbana 2" e a simples "Quase sem Querer", também contribuem na solidificação do status que este álbum tem recebido no decorrer de todos estes anos após seu lançamento.





Este disco representa pra mim um espécie de "despertar", onde as letras das canções "Índios" e "Fábrica" me tocaram de forma profunda me influenciando de forma direta na forma que via e vejo o mundo, e só por isso minha gratidão para com eles será eterna!


LETRA - ÍNDIOS

Conseguiu me convencer que era prova de amizade
Se alguém levasse embora até o que eu não tinha.

Quem me dera ao menos uma vez
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda.

Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente.

Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer.

Quem me dera ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos e vimos um mundo doente.

Quem me dera ao menos uma vez
Entender como um só Deus ao mesmo tempo é três
E esse mesmo Deus foi morto por vocês
Sua maldade, então, deixaram Deus tão triste.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do iní­cio ao fim.

E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera ao menos uma vez
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo é perfeito
E que todas as pessoas são felizes.

Quem me dera ao menos uma vez
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz ao menos, obrigado.

Quem me dera ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado por ser inocente.

Eu quis o perigo e até sangrei sozinho
Entenda
Assim pude trazer você de volta pra mim
Quando descobri que é sempre só você
Que me entende do início ao fim.

E é só você que tem a cura pro meu vício
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.




LETRA - FÁBRICA

Nosso dia vai chegar,

Teremos nossa vez.
Não é pedir demais:
Quero justiça,
Quero trabalhar em paz.
Não é muito o que lhe peço -
Eu quero um trabalho honesto
Em vez de escravidão.

Deve haver algum lugar
Onde o mais forte
Não consegue escravizar
Quem não tem chance.

De onde vem a indiferença
Temperada a ferro e fogo?
Quem guarda os portões da fábrica?

O céu já foi azul, mas agora é cinza
O que era verde aqui já não existe mais.
Quem me dera acreditar
Que não acontece nada de tanto brincar com fogo,
Que venha o fogo então.

Esse ar deixou minha vista cansada,
Nada demais.






Legião Urbana (1986)





Músicas:


1. Daniel na Cova dos Leões
2. Quase sem Querer
3. Acrilic on Canvas
4. Eduardo e Mônica
5. Central do Brasil
6. Tempo Perdido
7. Metrópole
8. Planta em Baixo do Aquário
9. Música Urbana 2
10. Andrea Doria
11. Fábrica
12. Índios







































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