sábado, 14 de abril de 2012

Camisa de Vênus - Correndo o Risco (1987)



Estamos diante de uma das bandas mais injustiçadas do rock nacional. Não perante ao público e sim da mídia, que muito pouco ou praticamente quase nada, os divulgou na época e até mesmo nos dias atuais. Seu líder, Marcelo Nova, é um ícone dor rock nacional chegando até mesmo a ser parceiro de composição do ilustre Raul Seixas.


O lado irreverente e debochado das músicas sempre ligados ao sexo ou contendo letras de duplo sentido, algumas vezes dava espaço para canções apocalípticas retratando o "Eu Interior" e desilusão social, como em "Só o fim", "Tudo Ou Nada", "A Ferro e Fogo" e outras com críticas diretas a todos que se aproveitam da religião e de igrejas para enriquecerem como em "Deus me dê grana" e "Mão Católica". O lado debochado era uma postura "rebelde" e até mesmo underground de mostrar que o rock era coisa para gente que se sentia às margens da sociedade, mas também tinham o intuito de ser uma música feita só por azaração.


Este é o 4º álbum da banda e é o sucessor do estrondoso álbum ao vivo de nome "Viva", que continha a canção "pornográfica" Silvia com o refrão "Oh Silvia, Piranha!", que rapidamente tomou conta das ruas na época e chocou até certo ponto uma sociedade que havia a muito pouco tempo se libertado do regime militar, que era cheio de sensuras e limites culturais e de expressão. Por isso este "Correndo o Risco (1987)", de certa forma representa uma certa "evolução" e um melhor processo na elaboração das canções, se provando ser mais técnico, maduro e com condições de trazer mensagens com uma dosagem de palavrões reduzidas, colocando a banda nas rádios e atingindo o maior sucesso que a banda teve até os dias atuais.


São sucessos garantidos deste álbum, a agitada "Simca Cachambord", a apocalíptica "Só o Fim" e a regravação de "Ouro de Tolo", de seu ídolo Raul Seixas. E como diz a canção, A Ferro e Fogo: "Tudo isso um dia acaba / Pra de novo começar / Somos Moldados a ferro e fogo". A letra ilustra bem que o motivo extremista de seu som/letra vinha do coração e da mente, que por estar muito recente ainda, tinham medo do retorno da opressão dos dias em que os militares eram "donos do mundo". Audição obrigatória, principalmente para as novas gerações e todos os saudosistas de plantão, como eu!




Marcelo Nova (1987)


Músicas:

1. Simca Cachambord
2. Mão Católica
3. Morte Ao Anoitecer
4. Deus Me Dê Grana
5. Ouro De Tolo
6. Só O Fim
7. O Que É Que Eu Tenho De Fazer
8. Tudo Ou Nada
9. A Ferro E Fogo







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