domingo, 22 de abril de 2012

Queen - A Night At The Opera (1975)



A grande proeza do Queen foi o ato de conseguir juntar em plenitude e harmonia, a ópera com o rock. Desde o primeiro álbum em 1973, Freddie Mercury já vinha passeando por esta junção, mas foi com este quarto álbum da banda de estúdio, "A Night At The Opera" de 1975, que a coisa aconteceu de forma profunda, objetiva e conclusiva. Entre as proezas do álbum está o fato do mesmo pertencer a lista dos 200 álbuns definitivos do Rock And Roll Hall Fame e o single "Bohemian Rhapsody", que apesar de eloquente, ficou em primeiro lugar nas paradas britânicas durante nove semanas e entrou na lista das dez mais no EUA. Em 1991 a banda gravou um documentário sobre o processo de composição deste disco, para a série Classic Álbuns, além de relançar o disco em CD remasterizado e com 02 faixas bônus.



A abertura com a mística e sinistra "Death On Two Legs (Dedicated to...)", composta e intrepretada por Freddie MErcury, já dá a mostra do que estava por vir. Uma música forte com arranjos e peso de guitarra na medida certa, apresentando uma letra sobre ambição, que foi uma forma de cutucar o ex-empresário por sua conduta financeira desonesta. Na sequência a canção tímida "Lazing On A Sunday Afternoon", lembra  a idéia de cabaré e se mostra simples e ao mesmo tempo tempo interessante no contexto do álbum. Em "I'm In Love With My Car", o peso das guitarras retorna e apresenta o vocal do baterista Roger Taylor, que impressiona e se mostra muito potente e mais que adequado ao estilo da canção, sendo também seu compositor. A romântica "You're My Best Friend" composta pelo baixista John Deacon, se mostra bela e harmoniosa. Já em "39" é a vez do guitarrista Brian May que além de compor, também canta a canção,  provando que todos na banda possuiam a capacidade de compor e todos se completavam para a finalização das canções.



Já as canções "Sweet Lady", "Seaside Randezvous" e "Good Company", apesar de muito interessantes e adequadas ao disco, se tornaram com o passar do tempo menos expressivas diante das demais canções inseridas no álbum. Em "The Prophet's Song"(a preferida do amigo Zé Antônio, que me apresentou o disco), a banda atinge níveis de qualidade inacreditáveis. A fusão de ópera e rock se mostram perfeitas e os belos arranjos de guitarra se fundem com total perfeição as linhas vocais. Simplesmente Fantástica!



A balada "Love Of My Life", que é uma bela declaração de amor, se tornou uma das canções prediletas ao vivo do público, e o interessante que a versão ao vivo era acústica, onde a participação do público chegava a arrepiar o mais frio dos ouvintes despreparados, tamanha sua profundidade. Nesta versão de estúdio o intrumento predominante é o piano e recebe arranjos até mesmo de uma Harpa em algumas partes. Espetacular!



No fechamento do disco o guitarrista Brian May consegue reproduzir em seu instrumento arranjos de instrumentos de metal e orquestra, que mais tarde se tornou um hino a rainha da Inglaterra. Mas nada se compara a indescritível "Bohemia Rhapsody". A canção possui três tempos distintos, sendo primeiro na forma de balada, o segundo na forma de ópera e o terceiro na forma de Hard Rock. O single da canção sozinha vendeu mais de um milhão de cópias até o fim do ano de 1976. A canção ficou na posição 163º na lista das 500 grandes músicas de todos os tempos da Revista Rolling Stone, e seu solo de guitarra ficou na posição 20º entre os melhores de todos os tempos. Isso tudo aconteceu com uma crítica dividida, mas com o público aclamando a canção.



Me lembro uma vez de mostrar a canção "Bohemia Rhapsody" para o amigo Anderson Costa (Juninho do Inácio), e ele rir e dizer que a música parecia uma loucura (no mal sentido), mas o tempo passou e ele incistiu com a audição, e nos dias de hoje me disse que é uma das canções mais perfeitas e profundas que ele já ouviu na vida. Foi assim também com minha linda e adorável esposa Valéria, e até mesmo com o meu filho de 11 anos Douglas. E acredito que é assim com várias pessoas, por isso é tão necessário experimentar, compreender e entender, e acima de tudo ouvir o que o próximo tem a dizer, pois pode ser a sua oportunidade de ampliar seus horizontes musicais. Hoje  não somente Eu, minha esposa Valéria, meu filho Douglas e meu amigo Andreson, mas como vários outros amigos, simplesmente amamos esta canção e este álbum em sua total magnitude. Ouça e quem sabe toque você também. Vai saber!


Esta postagem vai em homenagem ao amigo Camilo Lucas, o mais puro e inconfudível fã do Queen, e que está promovendo um evento cultural com a vinda de uma banda cover do Queen no próximo sábado dia 28 de abril de 2012, e todos nós com certeza estaremos lá. Valeu Camilo pela sua iniciativa cultural em Caratinga/MG e região. Abaixo deixo o cartaz de divulgação para todos vocês e fica feito o convite!







Queen (1975)


Músicas:

1. Death On Two Legs (Dedicated to...)
2. Lazing On A Sunday Afternoon
3. I'm In Love With My Car
4. You're My Best Friend
5. '39
6. Sweet Lady
7. Seaside Randezvous
8. The Prophet's Song
9. Love Of My Life
10. Good Company
11. Bohemian Rhapsody
12. God Save The Queen











































2 comentários:

  1. Ideraldo, obrigado pela homenagem e pela divulgação do nosso evento. Sobre o disco, posso dizer que comprei o album ainda recente (o primeiro que tive foi o "A day at the races", comprado em 1978, logo após me apaixonar pelo Queen ao ganhar o single "Somebody to love" no natal de 77). Os dois álbuns se revezavam no meu tocadiscos sem parar, foi uma descoberta sensacional aquela banda de ópera-rock-progressivo. Você fala como um cara que ouviu o disco como uma grande obra do passado, mas imagine ouvi-lo quando ainda era uma novidade - o Queen estourou, na verdade, com ele no exterior e assim o Brasil começou a ouvir a banda. Os demais discos foram lançados aqui só depois. Nessa época, pra mim, o Queen era a maior banda do mundo - eu tinha 14 anos e a cada ano tinha uma "maior banda do mundo" pra mim. Lembre-se que isso foi nos anos 70 e era muito dificil dizer qual era a maior banda quando estavam em atividade Led Zeppelin, Deep Purple, The Who, Rolling Stones, Kiss... Enfim, aprendi inglês traduzindo "Bohemian rapsody" e curti muito amor platônico com a versão original de "Love of my life" com aquele arranjo maravilhoso, e se muita gente se encantou ao conhecer a música na versão ao vivo só de voz e violão, eu ficava revoltado por isso não ter acontecido com a original, que muita gente até hoje não conhece. E "Prophet's song" eu só ouvia de olhos fechados! Grande abraço meu amigo, seu blog está ótimo!

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  2. Obrigado amigo Camilo. Suas palavras me incentivam a continuar com este singelo trabalho, que vem sendo feito com muita dedicação para todos vocês que amam como eu, o nosso bom e velho rock and roll. Em breve com certeza outros posts sobre o Queen e outros discos também muito interessantes passarão por aqui, não deixe de conferir. Valeu a força mesmo! Ideraldo Maia

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