sábado, 14 de abril de 2012

RPM - Rádio Pirata ao Vivo (1987)


O RPM foi um dos grupos mais bem sucedidos e importantes da música brasileira, abrangendo estilos musicais no todo e não somente o rock nacional. Na segunda metade da década de 80 eles conseguiram bater todos os recordes da indústria fonográfica brasileira até então, e em grande parte isso se deve a este álbum que vendeu mais de dois milhões de cópias na época, sendo 500 mil unidades antes mesmo de ser lançado.

E uma dessas cópias, pertencia a uma das pessoas que conheci na vida que mais entendem de música e me ajudaram a conhecer não só o rock como também a música em um todo, o amigo e primo se chama Aurimar, que possuia (e ainda possui) talvez, o maior ou um dos maiores acervos musicais a qual tive acesso em vida até agora. Muitas das relíquias que continuarei mostrando aqui, me foram apresentadas por ele.Em todos os bares, clubes e até mesmo residências de minha simples cidade, Santa Bárbara do Leste/MG, o disco era executado exageradamente. Todos gostavam de RPM, e para mim era super interessante, pois era uma banda que nós que gostávamos de rock curtíamos, e era também aceita e considerada "boa" por todos! 


A banda iniciou suas atividades em 1983, porém foi entre 1984 e 1987 que realmente aconteceu a "revolução". A figura de frente para o público era o vocalista/baixista Paulo Ricardo, que através de sua imagem estética, sua suposta visão crítica, associada a sua bagagem cultural, foi sem dúvida alguma, o fator determinante para a explosão da banda no cenário musical, não somente brasileiro como também no exterior em países como França e Portugal. O grande problema foi a mídia considerar o vocalista apenas como um sex-symbol e não como cantor, saturando sua imagem em um período muito curto.

Já a base do som do grupo e sua expressão, em particular neste disco, se deve na grande maioria ao tecladista Luiz Schiavon, como mentor chave das composições no quesito sonoridade, e este era a o grande diferencial. Enquanto os demais artistas do rock nacional exploravam a guitarra, o RPM explorava o teclado. Apesar dos teclados e sintetizadores soarem rock, também se mostravam ideais para pistas e execução nas rádios, e de alguma forma esta sonoridade agradou em massa.

A banda participou e era sinal de audiência garantida para praticamente todos os programas de TV da época. Este fato levou a banda a ter um programa especial do Globo Repórter. Toda essa aprovação e divulgação por parte da mídia fez com que os shows do grupo, tivessem todos os ingressos esgotados em todo o Brasil, até mesmo em cidades do interior (de certo modo) como Ipatinga/MG.

O disco traz 05 grandes sucessos de seu álbum de estréia: "Revoluções por Minuto", "A Cruz e a Espada", "Olhar 43", "Estação do Inferno" e "Rádio Pirata", além dos covers "London, London" de Caetano Veloso e "Flores Astrais" do Secos & Molhados. A presença das inéditas "Alvorada Voraz (um grande sucesso)" e a instrumental "Naja", compõe um álbum definitivo e atemporal para a música brasileira.

O show foi produzido por ninguém menos que Ney Matogrosso e tinha direito a todo tipo de pirotecnia, que leva o público ao delírio, parecendo uma verdadeira celebração. Ná época o vídeo foi lançado em VHS, sendo editado em DVD apenas em 2011, tendo inclusive a tal exibição do progama especial Globo Repórter como extras. No show que é completo em vídeos, outras canções também são executadas. Quem tiver a oportunidade de assistir não irá se arrepender e entender como a banda era uma verdadeira loucura para os padrões da época.

Muitos torcem a cara para este álbum pelo fato de ter sido um sucesso total de público, onde muitos que tinham um exemplar, eram em grande parte pessoas que não se identificavam com o rock no geral, e eram apenas ouvintes assíduos de quem estivesse no topo das paradas. Apesar deste álbum ser icônico ele sem dúvida alguma foi o fator mestre também da ruptura do grupo, devido ao excesso e a sua superexposição, provocando um desgaste intenso, além  de obrigar a banda a repetir o sucesso nós álbuns que o iriam sucesseder, pois senão, caíriam no descaso total da gravadora, da mídia e principalmente com o público ( e foi o que aconteceu).

Mas até hoje o álbum soa vibrante, atual e ao mesmo tempo antológico. As lembranças são as melhores, e ouço o álbum até de certa forma frequentemente, mesmo nos dias de hoje. Em tempos como o de agora, onde a música se caminha cada vez mais para a vulgaridade, este disco é uma verdadeira pérola esquecida, que precisa ser lembrada e executada, para podermos fazer nossa desintoxicação musical diária.


RPM (1987)

Músicas:

1. Revoluções por Minuto
2. Alvorado Voraz
3. A Cruz e a Espada
4. Naja
5. Olhar 43
6. Estação do Inferno
7. London London
8. Flores Astrais
9. Rádio Pirata










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