domingo, 15 de abril de 2012

Deep Purple - In Rock (1970)




"In rock" é um clássico daqueles! A capa é uma paródia das esculturas de pedra do Monte Rushmore e uma autêntica obra de arte, principalmente quando olhada pelo vinil, mais ampliada, mostrando todos os detalhes. O disco me foi apresentado pela minha professora de português, Fátima, quanto estava cursando a sétima série do ensino fundamental. O disco era uma espécie de "herança" deixada por seu irmão antes de deixar a família e ir trabalhar no distante país do Canadá. Para ela era uma forma de recordar do irmão e compartilhar essa grande sonoridade. Me identifiquei na hora e comecei a juntar material e conhecer outros discos do Deep Purple.

As músicas deste álbum são de uma criatividade tremenda. Uma evolução natural do rock and roll  adequada à época, que mais tarde seria fundamental para as raízes do tão aclamado "heavy metal". O começo do estilo "purple" começando a se perpetuar. Foi a partir deste álbum que a banda iniciou um trabalho mais pesado e progressivo simultâneamente, além de ser a formação mais elogiada pela crítica e público, com Ian Gillan (vocal), Ritchie Blackmore (guitarra), Roger Glover (contrabaixo), John Lord (teclado) e Ian Paice (bateria).

O álbum abre com "Speed King", um petardo enfurecido que mostra ao que a banda veio. Na sequência, "Bloodysuker" continua com a adrenalina em alta mantendo toda a agressividade. Para quem curte um psicodelismo, "Child in Time" acaba sendo um verdadeiro convite à loucura. Este é com certeza o maior clássico da banda contindo neste álbum, simplesmente incrível. Segundo o vocalista Ian Gillan, a letra é dedicada a todos que estão se sentindo "Fracassados e sem esperança". Um caso interessante sobre esta canção era que toda vez que eu passava por uma frustação, decepção ou qualquer tipo de raiva,  entrava no quarto e colocava esta música para tocar no volume máximo. Ao ouvir os gritos da canção eu me acalmava (rsrsrsr). Ouça e entenda o que estou dizendo!

A próxima canção "Flight of the Rat" mostra como a banda possui uma grande capacidade musical, com solos memoráveis do guitarrista Ritchie Blackmore e do baixista Roger Glover. Já "Into the Fire" possui o que mais tarde seria essencial no hard rock e heavy metal: um grande riff. O riff desta canção é magistral e um dos mais bonitos e empolgantes da carreira de Blackmore.

A tendência progressista da canção "Living Wrenk", uma das que eu mais gosto, pega de surpresa qualquer ouvinte desavisado com uma maestria instrumental e vocais invejáveis no universo do rock.

A faixa que fecha o álbum "Hard Loving Man", com seus sete minutos e dez segundos, dedicada a Martin Bich (produtor do álbum), mostra uma guitarra com uma rítmica de "cavalgada", misturada a uma massa sonora de sintetizadores certeiros de John Lord com vocais intensos e uma ritmica poderosa e inconstante feita por Ian Paice na bateria.

O único problema (se é que podemos chamar de problema), seria entender porque mesmo com as técnicas e a tecnologia atuais, as remasterizações do álbum ainda sim, possuem um som muito abafado e baixo, fazendo que muitos ouvintes atuais sintam que o álbum é um pouco "tosco", ofuscando de certa forma o explendor das canções e até mesmo da banda para as novas gerações.

Independente do som tosco do álbum, o verdadeiro mérito deste disco e seu som, foi o de auxiliar a criação das raízes do hard rock, que ao lado do Led Zeppelin e do Black Sabbath formaram a famosa "Trindade do Heavy Metal"; que são responsáveis hoje pelas inúmeras manifestações artísticas contidas na cultura pop mundial, para termos o som pesado dos dias de hoje. Este é um disco mais que apropriado para todos àqueles que desejam se aprofundar nos seus estudos de guitarra e da música pesada.



Deep Purple (1970)


Músicas:

1. Speed King
2. Bloodsucker
3. Child in Time
4. Flight of the Rat
5. Into the Fire
6. Living Wreck
7. Hard Lovin' Man











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