sexta-feira, 20 de abril de 2012

Leo Jaime - Sessão da Tarde (1985)




Leo Jaime pertencia ao grupo de rockabilly "João Penca e Seus Miquinhos Amestrados" (também muito bom), e que depois resolveu seguir carreira solo, inclusive dispensando o posto de vocalista do Barão Vermelho, sendo responsável na época pela indicação de Cazuza para o posto.



Sua carreira solo teve uma ascenção meteórica, prematura, e o pior, de curta duração. A super exposição do músico e a explosão de gêneros como o sertanejo, o pagode, o axé, a lambada, entre muitos outros ritmos que assolaram a "MPB" no final das década de 80 e inícios dos anos 90, foram responsáveis por sua decadência.



Para se ter uma idéia desta exposição visual e musical, o músico chegou a ser ator da novela global "Bebê a Bordo", no papel de Zezinho, em 1988, participou de inúmeros filmes nacionais da época, sendo o grande destaque o filme "As Sete Vampiras". Foram inúmeras canções do artista que pertenceram a trilhas sonoras de filmes, novelas e até mesmo no teatro. Sua música era presente em quase todas as rádios brasileiras emplacando vários hits de sucesso.



O seu segundo LP "Sessão da Tarde" de 1985 é o ponto de equilíbrio e o mais belo da discografia do cantor. Nele podemos encontrar os sucessos: a reflexiva "O Pobre", "A Fórmula do Amor", composta em parceria dom Leoni e Paula Toller, a excelente "A Vida Não Presta", a icônica "As Sete Vampiras", a balada "Só", a duvidosa "O Crime compensa", e o cover da banda The Police de Sting "Solange (So Lonely)". Um disco muito bom que deixou muita saudade.


As letras deste disco foram mais que adequadas para uma juventude pós-ditadura militar, já que mostrava o anseio dos adolescentes e jovens brasileiros tendo sua primeira oportunidade de inserção social e associava o poder do dinheiro na compra até mesmo do amor, claro que um amor bastante infantil, mas era difícil de não se identificar de alguma forma com aquilo tudo.



A base da ideologia gira em torno de uma "Saga" de um rapaz pobre que não é correspondido pela mulher que ama. Em "O Pobre" a letra diz "Ela não gosta de mim / Mas é porque eu só pobre", já em "A Vida Não Presta" a saga continua com sua máxima, "Você vai de carro pra escola / E eu só vou a pé /....Eu tentei naquela festa / Você fugiu de mim / Eu pensei a vida não presta, ela não gosta de mim". Realmente marcante, lembranças mais que adequadas ao se ter 14 anos (rsrsrsrsr).




Fica aí essa grande dica de um disco que vendeu mais de 160 mil cópias e encantou toda uma geração, que ao ouvir estas músicas nos dias de hoje, nos leva pelo túnel do Tempo da música, e que gera uma saudade praticamente inacreditável, que só quem viveu pode entender. E você, não viveu? o que você está esperando para viver isso também. Ponha o disco para tocar e curta esse som!




Leo Jaime (1985) e Leo Jaime (2011)


Músicas:

1. O Pobre
2. A Fórmula do Amor
3. A Vida Não Presta
4. As Sete Vampiras
5. Só
6. O Regime
7. Amor Colegial
8. Solange (So Lonely)
9. O Crime Compensa
10. Abaixo a Depressão













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